A IMPORTÂNCIA DAS ESCOLAS DE FUTEBOL
Antigamente as crianças aprendiam a jogar futebol nas ruas, nos campos de várzea, nos terrenos baldios ou em qualquer espaço que possibilitasse o rolar da bola. As crianças cresciam jogando futebol, ou melhor brincando de bola, o que fez (e ainda faz) muitas pessoas acreditarem que esses meninos já nasciam sabendo jogar, como um dom herdado de um ser divino, ou de uma benção genética.
Mas hoje, estas ruas que ensinavam o futebol estão cheias de carros; os campos de várzea que antes asseguravam horas de diversão, são destinados à construção de “prisões verticais” de crianças, condenadas a passar suas infâncias dentro dessas redomas sociais; os terrenos baldios, se ainda existem, estão nas periferias, e hoje abrigam pessoas especializadas em outros serviços – que não é jogar futebol; já os espaços quaisquer que ainda existem, mas precisam dos poderes mágicos da infância para transformá-los em Maracanãs, Pacaembus… coisa um pouco ultrapassada, foram substituídos pelos poderes virtuais (vídeo-games e derivados).
Portanto, não podemos negar a existência, a proliferação, a necessidade e a importância das escolas de futebol, as chamadas escolinhas, para o cenário social e futebolístico da nossa atualidade; existência que se justifica, pois, principalmente nos centros urbanos, é o único local onde as crianças podem jogar futebol com segurança e tranqüilidade, coisas que tanto os pais almejam; proliferação, porque essas escolas são, na sua grande maioria, particulares, portanto, dão lucro aos seus proprietários, estes quase sempre ex-atletas que, usando os seus nomes e prestígios, atraem as crianças, fascinadas, com sonhos de sucesso e a fama; necessidade, pois foi preciso criar um local, em substituição aos citados acima, onde o futebol pudesse ser aprendido, ou seja, tínhamos que nos adaptar à nova situação; importância, porque, por incrível que possa parecer, nossos futuros craques, aqueles que manterão viva a nossa e a nossa “hegemonia” mundial, serão formados por estas instituições não formais de ensino.
Professor, Danilo!